Campanha pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico’ chega a São Paulo e ao Rio de Janeiro, e avança nas redes com ações de conscientização

Campanha pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico’ chega a São Paulo e ao Rio de Janeiro, e avança nas redes com ações de conscientização

Durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, a Campanha pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico chega a uma nova etapa. A iniciativa da Rede Feminismo e Agroecologia do Nordeste, que conta com o apoio da ActionAid e de instituições parceiras, aterrissa nas capitais paulista e fluminense para lembrar que, na base dos alarmantes dados de abuso, violência doméstica e feminicídio, há uma gigante sobrecarga de trabalho doméstico nos ombros das mulheres.
Serão feitas projeções simultâneas, às 20h, em São Paulo (no bairro da Consolação) e no Rio de Janeiro (no bairro de Botafogo), com frases que convidam à reflexão sobre a divisão justa. Com o fim do auxílio emergencial, o agravamento da pandemia, a crise econômica e o aprofundamento da fome, a situação das mulheres se agrava, muitas das que vivem no campo se veem forçadas a procurar emprego na cidade. A Campanha Pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico chama atenção, inclusive, para os efeitos da sobrecarga de trabalho no êxodo rural e no agravamento da vulnerabilidade social das mulheres que precisam deixar seus territórios.
Haverá, também, ações online. Com filtro nos Stories, os usuários vão responder à pergunta: “Quem é você na divisão do trabalho doméstico?”. Será usada a hashtag #divisaojustadotrabalhodomestico. No Facebook, haverá tema da campanha para ser usada na foto de perfil.


Zapnovela e articulação de mulheres
Um dos lançamentos dessa etapa é a nova zapnovela “Força Rara” – são tramas de mulheres que, sobrecarregadas pelo trabalho doméstico, conseguem se encontrar e motivar as amigas a participar de reuniões numa associação de apoio. As situações vividas por elas são diversas e de fácil reconhecimento: pressão para o jantar ficar pronto, ter de servir o prato dos homens, falta de reconhecimento do esforço doméstico, entre muitas outras.
Essa é a segunda Zapnovela que a Campanha difunde pelo WhatsApp. As histórias têm se mostrado valiosas na conscientização e na articulação das mulheres no campo e na cidade, além de ser mais uma forma de minimizar impactos de notícias falsas disseminadas majoritariamente pela ferramenta.
Laetícia Jalil, coordenadora da Campanha, destaca que uma das potências da Campanha  é fazer com que de uma forma leve as mulheres consigam fazer uma reflexão da violência, e fazer uma reflexão no lugar da família”

Os 16 Dias e a divisão justa

O ciclo de 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher chega ao fim nessa quinta-feira, dia 10 de dezembro –  que é, também, o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Essa jornada foi instituída pela ONU na década de 1990 e faz parte do calendário brasileiro desde 2003.
Mesmo com tantas conquistas, de lá para cá, ainda estamos distantes de um mundo de fato seguro para as mulheres. A pandemia acentuou questões como o abuso, a violência doméstica, o feminicídio, e a sobrecarga no trabalho doméstico. O quadro faz mulheres ficarem doentes física e psicologicamente e as afasta cada vez mais do mercado de trabalho.
Segundo um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a participação das mulheres no mercado é a menor em 30 anos. A participação delas, que crescia nos últimos 30 anos, caiu para apenas 46,3% entre abril e junho de 2020. Em comparação com o mesmo período de 2019, a queda foi de 7 pontos percentuais. A participação dos homens no mercado de trabalho diminuiu menos: 6 pontos percentuais.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) aponta que, em média, as mulheres dedicam 10,4 horas por semana a mais que os homens aos afazeres domésticos e de cuidados. No Brasil, ainda segundo esse estudo, 92% da população feminina de 14 anos ou mais realizam afazeres domésticos, enquanto 78,5% da população masculina se encarregam dessas atividades. O relatório “Quem cuida do futuro” , publicado este ano pela ActionAid, também aponta números nesse sentido: mulheres e meninas desempenham ¾ do trabalho doméstico e dos cuidados não remunerados no mundo inteiro.


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