As Juntas – mandata feminista, coletiva e popular – representa nossa luta e nossa voz

AS JUNTAS – MANDATA FEMINISTA, COLETIVA E POPULAR – REPRESENTA NOSSA LUTA E NOSSA VOZ

Eleitas pelo Psol com mais de 39 mil votos, as Juntas toma posse hoje às 15h na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE), mas antes da cerimônia oficial, elas realizam atividades que chamaram de “posse popular”, com direito ao “Arrastão das Juntas” pela Conde da Boa Vista até a ALEPE. A mandata, como chamam, é inovadora e agrega diversas bandeiras levantadas pelos movimentos sociais. “Estamos com uma perspectiva muito boa para esse ano. É com uma mandata coletiva, feminista, antirracista e anticapitalista que a gente chega na ALEPE reinventando a política. Por que sabemos que é no coletivo que a gente chega mais longe, e queremos que todos(as) possam participar da política”, relata a co-deputada e jornalista Carol Vergolino.


Composta por cinco mulheres diversas, a advogada trans Robeyoncé Lima, a jornalista Carol Vergolino, a estudante de letras Joelma Carla, a ambulante Jô Cavalcanti, que é o nome oficial com o qual foi registrado o mandato, e a professora Kátia Cunha, o grupo pretende ampliar a luta pelo reconhecimento da mulher como sujeitos políticos e sua importância ao exercício pleno da Democracia. Para Graciete Santos, coordenadora geral da Casa da Mulher do Nordeste, a candidatura das JUNTAS é fruto da luta coletiva com os diferentes movimentos feministas em Pernambuco e com agenda nacional de outras candidaturas feministas nessa última eleição. ”É fundamental garantir a perspectiva feminista para a superação das desigualdades de gênero articuladas com as dimensões de raça e classe, em todas as instâncias da vida: privada e pública. Para nós feministas essa Mandata das JUNTAS representa a nossa luta, nossa resistência e voz feminista, assim como indica uma outra forma de fazer política”, disse.


As Juntas representam esse avanço e também os desafios de garantir essa mandata em um contexto político tão adverso, conservador, fundamentalista e misógino do atual presidente eleito. E na ALEPE não será diferente, mesmo com o crescimento da presença feminina, as forças conservadoras estão presentes. Atualmente, seis mulheres integram a Casa, das quais cinco foram eleitas em 2014 e uma assumiu na suplência. Nessa eleição, dez conquistaram mandatos. O resultado é recorde na história da Alepe, cuja primeira parlamentar mulher foi eleita em 1945, Adalgisa Cavalcanti. Até então, o maior número de mulheres na instituição havia sido registrado na 15ª Legislatura (2003-2006), quando nove cadeiras foram ocupadas por deputadas. Para Kátia Cunha, co-deputada das Juntas, tem a prioridade deste mandato é trazer o povo para dentro da Casa, construir junto com os movimentos sociais e pautar suas bandeiras que contemplem a defesa da mulher, moradia, direito a cidade, cultura, educação e políticas LGBT. “Estaremos mantendo contato com os movimentos sociais, e dia 07 de fevereiro, vamos fazer uma plenária com os movimentos sociais para um diálogo permanente”, disse a co-deputada Jô Cavalcanti.

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