3ª edição Ocupe Passarinho

3ª edição Ocupe Passarinho

Na sua 3ª edição Ocupe Passarinho pede mais Educação e Saúde 📚📖💊💉– Com mais de 10 mil habitantes, Passarinho já poderia receber uma Upinha para dar cobertura a todas(os) moradoras(es) que ali residem, enquanto isso a comunidade continua descoberta de atendimento básico de saúde. Essa é uma das pautas que o Ocupe Passarinho Ano III está reivindicando na sua carta política deste ano que foi lida no último sábado (24) para a comunidade e será entregue ao poder público.
Em alusão ao mês da Consciência Negra foi realizado pela manhã uma Roda de Diálogo sobre a pele negra e também o Beleza Negra, com maquiagem e tranças afro.” Esse é um espaço onde as mulheres negras de Passarinho mostram sua cara, vai para o enfrentamento. Hoje estamos vivenciando um período de muito machismo e racismo, e o Ocupe é uma oportunidade de evidenciar a mulher negra no mundo como referência de força e de autoestima. Nós vivemos, nós resistimos”, disse Rosa Marques, da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, uma das parceiras do Ocupe.
Ainda pela manhã, a criançada também ocupou a comunidade. Foram até a rua da Escola para plantar mudas e participaram de uma visita ao quintal da moradora Magda que hoje possui mais de 100 espécies de plantas. A iniciativa faz parte da Casa da Mulher do Nordeste, através do projeto do Sistema de Vínculos Solidários, da Actionaid.

Pela tarde foi a vez da leitura da carta política que chama a atenção para a falta de política públicas de educação e saúde, como também o estado de poluição que se encontra o rio Passarinho, e para denúncias a partir do direito à cidade, como a falta de saneamento, do transporte público, a falta de creches e de lazer, a insegurança que é latente na comunidade.

A programação contou com feira e do bingo, apresentações culturais e oficina de pipa com crianças. Para Luiza Batista, moradora há 22 anos de Passarinho e presidenta do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Recife, o Ocupe Passarinho é um movimento de resistência. “Estamos no terceiro ano do Ocupe Passarinho. É um ano muito importante, por que precisamos discutir o Plano Diretor do Recife, o que realmente importa para a nossa comunidade que é transformar essa área e a da ocupação em ZEIS. Esse ano já realizamos uma ação sobre a Escola, temos crianças fora da sala de aula. Vimos o resultado das eleições que foi totalmente desfavorável para os movimento sociais e para nós mulheres. Por tudo isso, o Ocupe Passarinho vem para reafirmar a luta e trazer mais companheiros(as) de movimentos para se somar”, disse.
A ação contou com o apoio de organizações e movimentos sociais como a Casa da Mulher do Nordeste, ActionAid, SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia, Fórum de Mulheres de Pernambuco, a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, Coletiva das Vadias, NEPPAG – UFPE, Mandato de Ivan Moraes e Coco de Chinelo de Pau. Para Geovanna de Oliveira, do NEPPAG – UFPE, o Ocupe tem muitos significados. “Primeiro é mostrar que o movimento agroecológico resiste que vamos enfrentar mudanças radicais que não vão favorecer a agricultura familiar e os povos originários. O Ocupe Passarinho vem para mostrar que estamos juntas, resistindo. E é importante marcar presença, que independente do governo a gente está aqui mais tempo e vamos resistir. Outro significado é que é o mês da consciência negra, reforçando a luta contra o racismo”.

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