Fogões Agroecológicos é uma das tecnologias sociais no combate às mudanças climáticas

Fogões Agroecológicos é uma das tecnologias sociais no combate às mudanças climáticas

O mês de março é marcado pelo Dia Nacional pela Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, e a Casa da Mulher do Nordeste reforça a contribuição de tecnologias sociais para o seu enfrentamento. É o caso do Fogão Agroecológico que impacta na redução do efeito estufa, e sensibiliza para o cuidado com o meio ambiente.

O fogão agroecológico é uma tecnologia que contribui para a diminuição do desmatamento do Bioma Caatinga, além de provocar a discussão sobre a divisão do trabalho doméstico nas famílias. É uma metodologia construída a partir das demandas e da realidade das mulheres em suas práticas agroecológicas, em seus quintais produtivos e na convivência com o semiárido. Hoje o fogão agroecológico é certificado pela Fundação Banco do Brasil como iniciativas sustentáveis que podem ser reaplicadas em diversas comunidades.

Para Ana Paula, da comunidade do Sítio Lages, do município de São José do Egito o fogão foi muito esperado pela família, e também uma fonte de renda. “O fogão foi algo muito bom pra mim. Porque sempre tive vontade de fazer bolo, pão,  mas com o fogão a gás em casa é mais difícil. Eu não trabalho fora e tenho vontade de trabalhar em casa. Hoje está me ajudando muito, já comecei a fazer as coisas para vender na comunidade, ter uma renda a mais para ajudar em casa. Tenho muito ciúmes dele, quando tá sujo, eu já limpo. E agradeço demais por ter sido uma das selecionadas pela Casa”, disse. Ana Paula é uma das mães agricultoras que participam do Projeto do Sistema de Vínculos, realizado pela Casa da Mulher do Nordeste em parceria com a ActionAid Brasil.

Além dela, mais duas mulheres foram selecionadas este ano para receber o fogão, um dos critérios é participar ativamente de grupos de mulheres. “Eu participo de um grupo de mulheres e meus filhos fazem parte do sistema de vínculos solidários e fui selecionada para receber o fogão. Eu faço salgados para vender, e estou muito feliz. Já fiz bolo, pão de queijo e pizza para vender. Depois de ver outras companheiras aqui que já ganharam seu fogão, tinha muita vontade de ter, e chegou a minha vez, meu sonho se realizou. Eu sempre usei bastante o fogão a lenha, e não sabia que prejudicava o meio ambiente.  Agora estou com o fogão agroecológico e uso madeira morta para cozinhar.”, contou  Aldinete Brito, 40 anos, da comunidade do Sítio Ipoeira, de São José do Egito.

A economia da família com o consumo de gás de cozinha reduz em decorrência do maior uso do fogão agroecológico. Rozeane Maria, 25 anos, mãe de quatro crianças, conta que o gás na sua comunidade custa em torno de R$ 80,00, e hoje, ela consegue passar meses sem precisar comprar, mais que suficiente para dar conta da cozinha. “Com o fogão agroecológico a gente economiza mais. Mudou minha rotina, eu gasto menos. O dinheiro de trocar o bujão a gás, já dá pra economizar”, revelou.

Sobre a Casa da Mulher do Nordeste – É uma ONG feminista que atua na Região do Sertão do Pajeú, desenvolvendo experiências de convivência com o semiárido, baseada em alternativas que utilizam tecnologias de baixo custo e buscam reduzir impactos negativos sobre o meio ambiente e melhoria da qualidade de vida das mulheres de maneira agroecológica e sustentável.

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