Comitê Gestor Territorial é criado e formado pela Embrapa, ASA, Parceiros locais, Sindicatos, Associações, Bancos de Sementes e Grupos de Mulheres
A Casa da Mulher do Nordeste e a Embrapa Semiárido realizaram o primeiro dia do lançamento do Projeto Agrobiodiversidade do Semiárido na Região do Pajeú, em Afogados da Ingazeira. Estavam presentes representantes de Sindicatos Rurais, Organizações da Sociedade Civil Organizada, Bancos de Sementes, e Associações de Grupos de Mulheres. Ao todo foram 06 municípios da Região do Pajeú, os quais serão beneficiados com o Projeto, são eles: Santa Cruz da Baixa Verde, Triunfo, Flores, Carnaíba, Quixada e Afogados da Ingazeira.
O lançamento contou com a apresentação do Projeto que tem como objetivo fortalecer e valorizar as estratégias de convivência com Semiárido das famílias agricultoras com o uso, conservação e valoração da socioagrobiodiversidade, a partir de ações coordenadas com redes sociotécnicas locais, subsidiando políticas públicas e promovendo o compartilhamento e a construção de conhecimentos em processos inovadores. A programação contou ainda com um diálogo sobre as atividades para os próximos 03 anos e a criação do Comitê Gestor Territorial. “O projeto pretende contribuir para fortalecer a Rede de Sementes Crioulas no Pajeú, a região já tem representatividade que trabalha com a temática, mas ainda falta consolidar essa articulação. A perspectiva da Casa da Mulher do Nordeste, é que essa Rede fortalecida, possa ter autonomia na gestão e também no fomento de políticas públicas para as sementes crioulas”, disse Sara Rufino, assessoria técnica da Casa da Mulher do Nordeste.

Sobre a perspectiva das agricultoras e agricultores é de muita receptividade e de fortalecimento da Rede de Sementes da Partilha. “Eu acredito que esse projeto vai beneficiar todas as comunidades. O nosso objetivo com essa parceria é que possa dar apoio não só para a comunidade que já tem o Banco, mas de incentivar os agricultores e agricultoras para construir seu próprio Banco de Sementes. Pra gente é importante preservar as variedades da fava, do feijão gandu e o milho, que estão a cada dia em extinção, sem falar das sementes nativas”, disse Maria Aparecida da Silva, Diretora de Política Agrícola e Agrária do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz da Baixa Verde, que tem cerca de 4 mil associados/as.

Para Ana Cláudia, assessora técnica do Projeto Agrobiodiversidade do Semiárido foi uma atividade muito positiva e que contou com a representatividade de diversos espaços que tem acúmulo na área de produção de sementes e no contato com a ASA, o que revela a clareza dos riscos e danos sobre a transgenia. “A Execução desse projeto a partir de um Comitê que já sabe as demandas concretas nos territórios é muito mais rico para articular esses espaços, já que dialoga com a realidade local. Eu percebi que existe uma articulação mais dinâmica em Pernambuco, uma união entre as organizações. E se conseguimos articular essas organizações, unir essas forças, o projeto tem tudo para dar certo e ter tranquilidade na execução”, completou. O fortalecimento da Rede de Bancos de Sementes é uma das prioridades do Projeto. Genivaldo Gomes, agricultor e do grupo gestor do Banco de Sementes no município de Triunfo, fala da importância da necessidade de fortalecer os Bancos. “A gente precisa multiplicar essa semente crioula, trazer mais variedades para o nosso Banco e também levar para outros. É uma oportunidade de trocar experiências com outros agricultores/as, e isso fortalece nossa ação. As próximas reuniões vamos trazer sementes para trocar e garantir essa diversidade”, disse. A próxima etapa será a apresentação para os demais municípios do projeto em São José do Egito, e a consolidação do Comitê Gestor composto por 15 representantes da Região.
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