II Encontro de Mulheres e Agricultura Urbana debate economia feminista e direito à cidade

II Encontro de Mulheres e Agricultura Urbana debate economia feminista e direito à cidade

Cerca de 40 lideranças da Região Metropolitana do Recife participaram do evento em Olinda.

Durante o Encontro as mulheres fizeram uma homenagem à vereadora Marielle Franco 

“O Sítio Ágatha é um território negro, cercado de monocultura, mas que resiste com uma proposta educacional com base na agroecologia e em uma alimentação saudável”, contou Ângela Borges, que integra o movimento em Tracunhaém. Essa foi uma das experiências apresentadas durante o II Encontro de Mulheres e Agricultura Urbana da Região Metropolitana do Recife que começou ontem (12) e terminou nesta quinta-feira (13). No final do primeiro dia, as mulheres receberam placas de Marielle Franco, em memória de resistência pela sua luta. Uma delas, será a primeira placa que será colocada na Ocupação Carolina de Jesus, no Barro. 

Cerca de 40 lideranças que desenvolvem experiências de Agricultura Urbana na Região Metropolitana do Recife estiveram reunidas em Olinda com o objetivo de fortalecer o movimento na região.  O primeiro dia (12) começou revisitando o I Encontro com o resgate do mapa de experiências. Em seguida, as mulheres fizeram uma discussão sobre Economia Feminista. “Na ocupação temos uma creche, e com as crianças desenvolvemos a horta comunitária, e ao lado uma cozinha para que possamos fazer cursos para todas nós”, disse Elisângela Jesus, da ocupação de Carolina de Jesus. 

A programação continuou com as apresentações das experiências, com seus principais desafios e potencialidades. Na ocasião, Pernambuco apresentou três experiências, e Roda contou com a experiência de Natal e do Rio de Janeiro. Giovanna Berti, da Rede Carioca de Agricultura Urbana apresentou a experiência da Rede que hoje possui 12 pontos de comercialização na cidade e que tem feito um trabalho de incidência na aprovação da Política de Agricultura Urbana no Estado e também na Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e de Agricultura Urbana. “Todas as ações tem como objetivo fortalecer a Agricultura Urbana no território, com técnicos, agricultores e agricultoras, universitários e consumidores”, disse. 

As mulheres também pontuaram os principais entraves para a Agricultura Urbana na região, e como a cidade ainda está longe do ideal. Citaram entre os problemas, a falta de água, a ausência de políticas públicas de Agricultura Urbana, da falta de acesso à terra para plantar,  os impactos com as mudanças climáticas, a violência contra a mulher, a falta de acesso às sementes crioulas, a especulação imobiliária que interfere diretamente no plano diretor que não dialoga com as questões da agricultura urbana, a descontinuidade de assessoria técnica por falta de recursos, entre tantas outras. 

No segundo dia (13) as mulheres decidiram criar uma rede, agora chamada de Coletiva de Mulheres e Agricultura Urbana da Região Metropolitana do Recife.

No segundo dia (13), o encontro começou com um mapa ancestral das mulheres e suas conexões com o passado. Relatos da história de mulheres que foram importantes para a comunidade e a vida das lideranças.

Arte e Facilitação gráfica feita pela artista Letícia 

A programação contou ainda com discussões sobre as potencialidades e proposições para a construção de um plano de ação para a nova articulação, que se nomeou de Coletiva de Mulheres e Agricultura Urbana da Região Metropolitana do Recife.  “O primeiro encontro que aconteceu no ano passado já tinha provocado uma articulação entre essas mulheres que possuem experiências de Agricultura Urbana na Região. Este segundo momento, foi importante para animar a luta cotidiana, e de fortalecer a ação, com trocas de experiências, formações e compartilhar agendas comuns”, pontuou Graciete Santos, presidenta da Casa da Mulher do Nordeste, uma das organizadoras do evento junto com a PACs, ActionAid, Fase e a AACC.  Além disso, as mulheres saíram com algumas pautas, como incidir nas políticas públicas para o fortalecimento da Agricultura Urbana, o direito à cidade, a soberania e segurança alimentar, e também para a luta antiproibicionista. 

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